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O evento ocorrerá até esta quarta-feira (15) com o objetivo de discutir e definir a Visão de Futuro e as Ações Estratégicas que serão implementadas na RI Tapajós.


Construir um diálogo mútuo e transversal entre o governo e a população é um dos principais objetivos do governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad), para a construção do Planejamento Estratégico de Longo Prazo - Pará 2050. Nesta terça-feira (14), se inicia o penúltimo Encontro Regionalizado Temático, no município de Itaituba, Região de Integração Tapajós.

O evento ocorrerá até esta quarta-feira (15) com o objetivo de discutir e definir a Visão de Futuro e as Ações Estratégicas que serão implementadas na RI Tapajós.

Por todo o Pará - Já foram realizados dez encontros temáticos, das 12 RI do Estado, sendo elas, Guajará, Guamá, Rio Caeté, Rio Capim, Baixo Amazonas, Araguaia, Lago de Tucuruí, Carajás, Marajó e Xingu.

"Hoje, durante o 11º Encontro Regionalizado, estamos definindo conjuntamente a visão de futuro regional até 2050. Durante esses dois dias, discutiremos e tentaremos definir o que a região Tapajós deseja alcançar em termos de reconhecimento até 2050. Em junho e julho, iremos elaborar o plano, com o lançamento previsto para agosto em três eventos regionalizados. Além disso, implementaremos um modelo de governança multi-institucional para acompanhar a execução do plano ao longo do tempo. Durante o ano de 2023, foram desenvolvidos cenários em quatro dimensões: econômica, social, ambiental e territorial. O cenário moderado representa a continuidade do que já temos, enquanto o cenário transformador é alcançado com a implementação de ações estratégicas para promover o desenvolvimento sustentável no futuro. Isso inclui alto crescimento econômico com diversificação produtiva, melhorias significativas nos indicadores sociais, progresso ambiental através de parcerias para combater o desmatamento e políticas de recuperação de áreas degradadas, e desenvolvimento de planos regionais integrados no âmbito territorial", explicou Mariana Oliveira, analista de gestão pública da Seplad.

Além de Itaituba, a RI Tapajós é composta pelos municípios de Aveiro, Jacareacanga, Novo Progresso, Rurópolis e Trairão, e compõem uma área de 189.595 km², com 275.035 mil habitantes.

O objetivo do encontro é observar os macros desafios educacionais, econômicos e ambientais da região e os demais entraves que retardam o desenvolvimento, para assim propor ações que auxiliem a superação através da implementação de políticas públicas alinhando o plano as transformações do mundo e da sociedade para que seja um documento em sintonia com as mudanças na dinâmica global e propiciar condições efetivas para a atração de investimentos privados e públicos.

“É uma alegria ver o governo do Estado por meio da SEPLAD, proporcionando oportunidades para a sociedade participar de debates sobre questões cruciais como saúde, educação e infraestrutura. Essa iniciativa permite que as pessoas expressem suas necessidades e contribuam para a administração estadual. É uma interação valiosa que beneficia a sociedade, a população e o próprio governo estadual. A visão do governador Helder de estar próximo da população é louvável, e este projeto certamente marcará história ao envolver a participação das pessoas em decisões que impactam suas vidas. Parabenizo o governo por essa iniciativa e me sinto honrado por representá-lo e participar desta reunião tão significativa", disse Hilton Aguiar, Secretário Regional do Tapajós.

O Pará planeja investir significativamente em melhorias na infraestrutura física (transportes, energia e comunicações) e social (educação, saúde e saneamento). No campo do turismo e Economia Criativa, será necessário realizar estudos de mercado, além de profissionalizar e qualificar os operadores. Os sistemas logísticos multimodais podem contribuir para o desenvolvimento de estruturas de verticalização na produção agrícola e mineral.

"Desde 2018, o Consórcio Tapajós, em parceria com o Sebrae, vem trabalhando no desenvolvimento do plano de desenvolvimento para o território Tapajós. Este esforço envolveu lideranças do setor público, privado e terceiro setor, resultando no plano "Avança Tapajós". Com foco no desenvolvimento sustentável, o plano foi elaborado considerando as oportunidades de negócios para o futuro até 2040, visando gerar empregos e melhorar a economia da região. A colaboração entre os diversos setores e a visão de longo prazo até 2050 são fundamentais para alinhar esforços e recursos, permitindo um direcionamento mais eficaz para alcançar melhores resultados. Então essa visão de futuro nos mostra que temos um plano bem alinhado, permitindo-nos direcionar esforços hoje e amanhã através do diálogo com o Estado para alcançar resultados melhores. Esse alinhamento estratégico é essencial e altamente produtivo, sendo indispensável para o sucesso", falou José Antônio Lira, Gerente Regional do SEBRAE, Itaituba.

Indicadores - Como a terceira maior região do Pará, a RI Tapajós contribui com o Produto Interno Bruto (PIB) em 2,25%. Dentre as principais atividades desenvolvidas destacam-se o comércio e manutenção de veículos.

Os setores econômicos da região incluem mineração artesanal (ouro e gemas), sistemas logísticos multimodais para exportação de grãos, produção de energia e turismo. O comércio e serviços são a base da estrutura econômica, sendo também a principal fonte de ocupação formal de mão de obra. As instituições científicas incluem instalações da UFPA e IFPA, enquanto a região apresenta uma baixa taxa de desmatamento, equivalente à metade da taxa estadual.

"Ao sermos convidados a participar do planejamento e expressar nossos desejos e necessidades, percebemos a oportunidade de atender às demandas das comunidades, como a do Alto Tapajós, e valorizar a cultura local. O turismo é visto como uma oportunidade para valorizar tanto os aspectos materiais quanto imateriais da cultura, incluindo a gastronomia única da região e a riqueza do ecoturismo. Esta atividade pode impulsionar a economia das comunidades locais, destacando sua cultura preservada e proporcionando meios de subsistência sustentáveis, sem prejudicar o meio ambiente. Ao ouvir as pessoas envolvidas, percebemos que o turismo pode ser uma chave para desenvolver uma economia saudável e sustentável, preservando a floresta e promovendo a diversidade cultural e econômica em toda a região e em cada município", Soraia Paschoal, Presidente do Conselho Municipal de Turismo de Itaituba.

Para promover o desenvolvimento, são necessários investimentos na mineração artesanal de gemas e metais valiosos, fortalecimento do agroextrativismo florestal e turismo. A logística para exportação de grãos envolve o asfaltamento da rodovia BR 163 e a construção de terminais de transbordo, principalmente em Miritituba, Itaituba. Está prevista também a construção de uma ferrovia ligando SINOP/MT e Itaituba/PA, além de projetos federais para a construção de usinas hidrelétricas no rio Tapajós e afluentes.

"Estamos atualmente na região do Tapajós, especificamente no município de Itaituba. Nosso objetivo nestes dois dias é elaborar uma visão de futuro para a região e implementar as ações necessárias para concretizá-la. A participação ativa da sociedade é essencial, pois estamos aqui para compreender suas necessidades e expectativas. Embora já tenhamos realizado uma análise científica, é fundamental o envolvimento da comunidade para garantir resultados eficazes." contou João Garcia, modelador técnico-social da Fadesp.

Viabilização - De acordo com o relatório consolidado da avaliação situacional das 12 regiões de integração feita pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (fadesp), a região precisa de investimentos em infraestrutura física e social para atender às necessidades básicas da população. A mineração artesanal requer ordenamento e regularização das atividades garimpeiras, enquanto a logística graneleira oferece oportunidades de investimento direto e compensações socioambientais. A instalação de usinas hidrelétricas deve atender aos critérios de sustentabilidade, e o agroextrativismo florestal necessita de investimentos em conhecimento e tecnologia para aumentar a produtividade e acesso aos mercados.

"Eu vejo o Pará 2050, tanto em Itaituba quanto nos demais municípios, como um momento crucial de construção. Durante muitos anos, nossa região foi negligenciada pela presença do Estado, mas nos últimos anos temos percebido uma mudança significativa nesse cenário, com maior presença não apenas do governo estadual, mas também do governo federal. Portanto, é muito importante que o governo estadual esteja aberto para abordar essas questões, especialmente considerando os desafios econômicos que nossa região enfrenta. É uma oportunidade para solicitarmos projetos que fortaleçam a renda da população e promovam o desenvolvimento sustentável, especialmente em relação aos debates sobre mudanças climáticas que ocorrem no estado. Precisamos demonstrar ao governo do Pará que aqui também temos voz e necessidades que precisam ser atendidas", relatou Fátima Costa, moradora Itaituba.

Partindo do diagnóstico dos encontros, os eixos de atuação serão tratados levando em consideração cada dinâmica local, para que as forças sejam potencializadas e os maiores desafios sejam abordados com base em critérios técnicos, preservando a identidade local. Logo após o planejamento avançará para a penúltima fase que envolverá a elaboração do caderno de projetos estratégicos seguido pela conclusão do plano com a implantação do modelo de governança e gestão multissetorial.

Mais de 70 pessoas, representando os municípios de Trairão, Itaituba, Rurópolis, Oriximiná, Aveiro, Novo Progresso e Jacareacanga, participaram do primeiro dia de evento. O último encontro será realizado nesta quinta-feira (16), e sexta-feira (17), na Região de Integração Tocantins, município de Abaetetuba.

Por Bianca Buenaño (SEPLAD)

Fotos: ASCOM - PMI

 

 

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